domingo, 28 de setembro de 2008

O Plástico Verde

O 13º. Congresso Brasileiro de embalagem, promovido pela Associação Brasileira da Embalagem (Abre), revelou que a palavra de ordem dessa indústria, que deve movimentar, em 2008 R$ 34,7 bilhões, é sustentabilidade. Duas das maiores empresas do setor petroquímico, que participam do evento dedicado ao setor de embalagens, a Dow Química e a Braskem, levaram suas novidades em tecnologia para embalagens, é o polietileno linear (Dow) e o polietileno verde (Braskem), um tipo de plástico que é produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, no lugar do petróleo. Segundo a gerente de desenvolvimento de mercado da Dow, Fabiana Teixeira, o produto é o de baixa densidade linear, ou seja, poderá ser utilizado para embalagens flexíveis em diversos setores. A joint venture que a empresa formou com a usina Santa Elisa proporcionará uma produção anual estimada de 350 mil toneladas do produto, a partir de 2011. Ela destaca que a fábrica ainda tem local definido para ser levantada, mas que será necessária uma infra-estrutura com fazendas para o fornecimento da cana e rodovias para o escoamento da produção, que deve atender a cerca de 1% da demanda por polietileno no Brasil. "O objetivo é proporcionar uma alternativa que agregue valor ao produto de nossos clientes, é um novo nicho de mercado que, em tempos de conscientização ambiental, a Dow deseja crescer", indica a executiva. A escolha pelo etanol da cana-de-açúcar para o "plástico verde" proporciona maior produtividade em relação às outras fontes. É o que revelou a gerente de conta do projeto polietileno verde da Braskem, Leonora Novaes. Em sua apresentação no congresso, ela descreveu o processo de desenvolvimento do produto, que começou em 2006 e que desde 2007, produz 12 toneladas do polietileno em uma planta piloto. Porém, o plano para 2010 inclui uma planta industrial que deverá produzir 200 toneladas anualmente, resultado de um investimento estimado entre US$ 240 a US$ 270 milhões. A meta da empresa é de produzir o polietileno verde de baixa e alta densidade, fato que, segundo ela, aumentaria a abrangência de aplicação desse produto para quase todas as conhecidas atualmente. Apesar desses investimentos em novos produtos e tecnologias, o presidente da Ibema, Rui Brandt resume a certeza do setor quanto à presença do papel nas embalagens, "nunca deixará de ser utilizado".

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