domingo, 28 de setembro de 2008

Espécies da Flora Ameaçadas segundo o MMA

A nova Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção elaborada pela Fundação Biodiversitas sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente relaciona 472 espécies, quatro vezes mais que a lista anterior de 1992. Os biomas com maior número de espécies ameaçadas são a Mata Atlântica (276), o Cerrado (131) e a Caatinga (46). A Amazônia aparece com 24 espécies, o Pampa com 17 e o Pantanal com duas. Nenhuma espécie da lista anterior foi excluída.
A instrução normativa atualizando a lista foi assinada, nesta sexta-feira (19), pelo ministro Carlos Minc em solenidade no Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), com a presença do presidente do JBRJ, Lizst Vieira; da secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito; da Sociedade Botânica do Brasil, Paulo Guínter Wíndish; do diretor de pesquisa científica do JBRJ, Fábio Scarano, e do diretor de Conservação da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, entre outros representantes da academia e da sociedade civil.
Segundo Minc, o desafio agora é coibir o crime ambiental, criar mais unidades de conservação, estimular a criação de RPPNs e tomar medidas para impedir o corte, o transporte e a comercialização de espécies ameaçadas. "Essa lista coloca para nós uma série de desafios para revertermos o quadro da destruição da biodiversidade e todos temos um papel importante a desempenhar", disse o ministro.
De acordo com a instrução normativa, que deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana, as espécies constantes da lista são consideradas prioritárias para efeito de concessão de apoio financeiro à conservação pelo governo federal e sua coleta será efetuada somente com autorização do órgão ambiental competente.
Também constam da lista das ameaçadas, 12 espécies de importância madeireira que já integram a lista de 1992. A nova lista adiciona uma única espécie de interesse madeireiro, o "pau-roxo" (Peltogyne maranhensis), da Amazônia. Entre as outras espécies de uso econômico estão algumas de uso alimentício (caso do palmito/juçara), medicinal (jaborandi), cosmético (pau-rosa) e também ornamental. O jaborandi e o pau-rosa também já constam da lista de 1992.
O crescimento no número de espécies em relação à lista anterior reflete não apenas o aumento das pressões antrópicas sobre a vegetação de diferentes regiões brasileiras ocorrido ao longo das últimas três décadas, mas também um melhor nível de conhecimento sobre a flora brasileira e a participação de uma parcela mais expressiva da comunidade científica no processo de elaboração da lista.
No que se refere às regiões brasileiras, o Sudeste apresenta o maior número de espécies ameaçadas (348), seguido do Nordeste (168), do Sul (84), do Norte (46) e do Centro-Oeste (44). Neste contexto, Minas Gerais (126), Rio de Janeiro (107), Bahia (93), Espírito Santo (63) e São Paulo (52) são os estados com maior número de espécies ameaçadas.
Este fato é um reflexo da presença, particularmente nas regiões Sudeste e Nordeste, dos biomas com maior número de espécies ameaçadas, caso da Mata Atlântica, bem como o fato de essas duas regiões concentrarem os estados cuja biodiversidade é mais bem conhecida.
Espécies com deficiência - Uma segunda lista elaborada pela Fundação Biodiversitas inclui as espécies com deficiência de dados (Anexo II da Instrução Normativa assinada pelo ministro Carlos Minc disponível no site do MMA), composta de 1.079 espécies. Este grupo refere-se a espécies cujas informações (distribuição geográfica, ameaças/impactos e usos, entre outras) são ainda deficientes, não permitindo seu enquadramento com segurança na condição de ameaçadas. As espécies constantes do anexo II da lista de flora ameaçada não estarão sujeitas às restrições previstas na legislação em vigor.
De acordo com a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, um dos importantes desafios que o MMA assume ao editar novas listas de espécies ameaçadas é assegurar que essas espécies sejam retiradas das listas e, da mesma forma, as que estão com dados insuficientes sejam esclarecidas.
Para isso, o MMA, juntamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e com o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e, em parceria com outros ministérios e a sociedade civil organizada, estão aprimorando mecanismos para a integração de esforços visando incrementar ações voltadas ao conhecimento da biodiversidade presente nos diversos biomas brasileiros e a recuperação das espécies ameaçadas.
Com a divulgação da nova lista, o MMA planeja desenvolver, juntamente com suas vinculadas, um plano estratégico coordenado pelo JBRJ voltado à efetiva conservação e recuperação das espécies ameaçadas. Este plano seguirá as diretrizes estabelecidas pelas Metas Nacionais de Biodiversidade para 2010, da Conabio, que incluem, entre outros pontos, a elaboração de planos de ação e a criação de Grupos Assessores para todas as espécies ameaçadas de extinção; a conservação efetiva da totalidade das espécies ameaçadas em Áreas Protegidas; a conservação em coleções ex situ de 60% das espécies de plantas ameaçadas e a inclusão de 10% das espécies de plantas ameaçadas em programas de recuperação e restauração.
A primeira lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção foi editada em 1968 (Portaria IBDF nº 303), com a inclusão de 13 espécies. A segunda ocorreu em 1980 (Portaria IBDF nº 1471), com a adição de uma espécie à lista anterior. Em janeiro de 1992 foi publicada uma nova lista, (Portaria Ibama nº 6-N), desta vez com a inclusão de 107 espécies. Três meses após, por meio da Portaria Ibama nº 37-N, foi editada uma nova lista, com 108 espécies.

Ganhar dinheiro com créditos de carbono

O empresário paulista Juarez Cotrim, proprietário da indústria de tijolos Cerâmica Luara, descobriu em 2005 uma oportunidade de negócio ambientalmente sustentável: o mercado de créditos de carbono. O primeiro passo foi adaptar a indústria para cumprir os padrões de emissão de CO2. Produzindo mais de 400 mil tijolos por mês, a cerâmica substituiu as lenhas nativas que eram usadas na queima pela biomassa, um pó de serra feito somente de madeiras de reflorestamento que polui menos o ar. Essas mudanças garantiram à empresa, em 2007, a aprovação de um projeto para a venda de créditos de carbono. Esse mecanismo de mercado, criado pelo Protocolo de Kyoto, permite que empresas que reduziram as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa possam vender esses créditos a companhias de países desenvolvidos. Até agora a Cerâmica Luara vendeu mais de 30 mil toneladas de CO2 no mercado de créditos de carbono. A primeira venda, de 23,7 mil toneladas, foi fechada com os Estados Unidos, em fevereiro. A segunda foi realizada no mês passado, com a França, e correspondeu a 6.370 toneladas de CO2. Cada tonelada garante o retorno de seis euros. "Investi o dinheiro na própria empresa. Troquei o maquinário de produção e modifiquei a parte elétrica para reduzir mais o consumo de energia", afirma Cotrim. Segundo ele, a mudança de postura faz parte de uma tomada de consciência em relação ao futuro do planeta. "Ficamos preocupados, com medo de que nossos filhos não tenham os mesmos recursos naturais ou que não conheçam algumas espécies", destaca o empresário. "Estamos contribuindo de duas maneiras com preservação do meio ambiente. Primeiro, deixando de queimar a lenha nativa estamos contribuído ao não desmatamento. E segundo, queimando a biomassa estamos contribuindo com a diminuição da poluição", destaca. A conquista da empresa Cerâmica Luara serve de exemplo para os empresários que desejam aproveitar as oportunidades de negócios rentáveis e ecologicamente corretos. "Estou fazendo a minha parte e espero que outros empresários façam o mesmo. Hoje estão pagando para protegermos o meio ambiente. No futuro, podem nos proibir de trabalhar se não deixarmos de poluir", acredita. A Cerâmica Luara, há 20 anos no mercado, fabrica tijolos de oito furos e, mais recentemente, também blocos de seis furos. "Hoje temos uma infra-estrutura para atender o município de Panorama e toda a região. Atendemos também outros estados", conta Cotrim. APL O processo de produção sustentável que é praticado na Cerâmica Luara começou com a implantação de um APL (Arranjo Produtivo Local) desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O APL possui 72 empresas de cerâmicas vermelhas nas cidades de Ouro Verde, Panorama, Paulicéia, Presidente Epitácio e Teodoro Sampaio. O objetivo é que as cerâmicas trabalhem em conjunto, em prol da rentabilidade e da produção sustentável. Além da Luara, outras nove empresas do setor de cerâmicas vermelhas que integram o APL também adaptaram suas produções e já estão em processo de certificação para comercializar créditos de carbono. Com isso, espera-se atrair mais investidores desse mercado para a região. Contato Telefone: +55 (18) 3871-3177 Site: www.ceramicaluara.com.br
E-mail: ceramicaluara@hotmail.com

Eucalipto é a árvore que mais retém carbono em Portugal

A árvore "campeã" no combate aos poluentes a quem são atribuídas as alterações climatéricas é, em Portugal, o eucalipto, de acordo com estudos realizados em três tipos diferentes de coberto vegetal.De acordo com dados do professor universitário de Ecologia Florestal João Santos Pereira, medições que vêm sendo realizadas numa plantação de eucaliptos perto de Pegões, concelho de Palmela, indicam que aquela árvore de crescimento rápido é a que retém da atmosfera mais dióxido de carbono, considerado o principal responsável pelo aquecimento global da atmosfera. Elementos recolhidos pelos cientistas indicam que naquele eucaliptal a retenção de carbono variou entre as 7,45 toneladas de carbono por hectare e por ano, em 2003, e 4,77 toneladas em 2006.Em comparação, valores obtidos num montado de sobreiros perto de Évora indicaram que a retenção de carbono por aquelas árvores foi de 0,47 toneladas por hectare/ano de área arborizada em 2003 e de 1,8 toneladas no ano passado.A explicação para esta diferença está, segundo os cientistas, no facto de as árvores que crescem mais rapidamente terem uma capacidade superior para reter o dióxido de carbono, que através da fotossíntese das folhas transformam depois em oxigênio.O resultado efectivo da retenção é obtido através da subtracção ao total de dióxido de carbono absorvido durante o dia, quando exposta à luz solar, da chamada respiração, que a árvore realiza durante a noite, com a ausência de luz, em que devolve à atmosfera parte do gás poluente retido com a iluminação natural.Em declarações à agência Lusa, João Santos Pereira, presidente do Conselho Científico do Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, acrescentou que os resultados obtidos nas pastagens indicam valores de sequestro de carbono pelas ervas semelhantes aos do montado, cerca de 1,97 toneladas por hectare/ano em 2006, no caso de outra herdade dos arredores de Évora. Dados reunidos pelo investigador indicam que nos restantes países europeus os números são semelhantes: média de 1,5 toneladas de carbono por hectare/ano nas pastagens, enquanto nas florestas esses valores sobem para entre cinco a seis toneladas por hectare.As estimativas, acrescenta João Santos Pereira, indicam que as florestas da União Europeia retiveram sete a 12% do carbono emitido em 1995 pela queima de combustíveis fósseis - petróleo, gás e carvão. Em Portugal não foram ainda feitas medições referentes a áreas florestadas com pinheiro bravo, mas no Sul de França foram atingidos valores na ordem das seis toneladas por hectare/ano.Embora sem se conhecerem cálculos sobre o total de carbono retido pela floresta portuguesa, admitindo que cada um dos 700 mil hectares de montado existentes no país retenha 1,8 toneladas de carbono ano, como sucedeu nas medições realizadas perto de Évora, no total conseguiriam retirar da atmosfera 1,26 milhões de toneladas de carbono.Contudo estes cálculos pecarão sempre pela falta de rigor, dado o grande número de variantes a ter em conta, nomeadamente as características dos diferentes montados ou as distintas densidades de árvore por hectare, entre outras. Mesmo assim e para dar uma ideia do que está em causa, o valor calculado de 1,26 milhões de toneladas não chega a 2% das 88,44 milhões de toneladas de carbono libertadas para a atmosfera em Portugal no ano passado, de acordo com dados do Instituto do Ambiente.

O Plástico Verde

O 13º. Congresso Brasileiro de embalagem, promovido pela Associação Brasileira da Embalagem (Abre), revelou que a palavra de ordem dessa indústria, que deve movimentar, em 2008 R$ 34,7 bilhões, é sustentabilidade. Duas das maiores empresas do setor petroquímico, que participam do evento dedicado ao setor de embalagens, a Dow Química e a Braskem, levaram suas novidades em tecnologia para embalagens, é o polietileno linear (Dow) e o polietileno verde (Braskem), um tipo de plástico que é produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, no lugar do petróleo. Segundo a gerente de desenvolvimento de mercado da Dow, Fabiana Teixeira, o produto é o de baixa densidade linear, ou seja, poderá ser utilizado para embalagens flexíveis em diversos setores. A joint venture que a empresa formou com a usina Santa Elisa proporcionará uma produção anual estimada de 350 mil toneladas do produto, a partir de 2011. Ela destaca que a fábrica ainda tem local definido para ser levantada, mas que será necessária uma infra-estrutura com fazendas para o fornecimento da cana e rodovias para o escoamento da produção, que deve atender a cerca de 1% da demanda por polietileno no Brasil. "O objetivo é proporcionar uma alternativa que agregue valor ao produto de nossos clientes, é um novo nicho de mercado que, em tempos de conscientização ambiental, a Dow deseja crescer", indica a executiva. A escolha pelo etanol da cana-de-açúcar para o "plástico verde" proporciona maior produtividade em relação às outras fontes. É o que revelou a gerente de conta do projeto polietileno verde da Braskem, Leonora Novaes. Em sua apresentação no congresso, ela descreveu o processo de desenvolvimento do produto, que começou em 2006 e que desde 2007, produz 12 toneladas do polietileno em uma planta piloto. Porém, o plano para 2010 inclui uma planta industrial que deverá produzir 200 toneladas anualmente, resultado de um investimento estimado entre US$ 240 a US$ 270 milhões. A meta da empresa é de produzir o polietileno verde de baixa e alta densidade, fato que, segundo ela, aumentaria a abrangência de aplicação desse produto para quase todas as conhecidas atualmente. Apesar desses investimentos em novos produtos e tecnologias, o presidente da Ibema, Rui Brandt resume a certeza do setor quanto à presença do papel nas embalagens, "nunca deixará de ser utilizado".

Reflorestamento na Argentina

As plantações florestais têm um alto impacto econômico e geram uma importante quantidade de emprego regional. Implicam uma cadeia de produção completa que contém pesquisa, a produção primária e a industrialização. A Argentina conta na atualidade com indústrias de base florestal, que satisfazem as necessidades do mercado local e geram saldos das exportações em condições competitivas. Assim, com 1,2 milhões de hectares de bosques plantados (4% da superfície cultivada na Argentina), se estima que o setor de base florestal aporta em torno de 2% do PBI nacional, gerou exportações de $1 mil milhão em 2007 e importações por $1,4 mil milhões de dólares (déficit comercial $400 milhões de dólares em 2007). O emprego direto e indireto se estima em 500.000 trabalhadores. Mais de 90% da produção industrial de base florestal provém de florestas cultivadas plantadas nos últimos 30 anos com base de diversos regimes de promoção entre os que claramente se destacam pelos resultados obtidos que surgiram a partir da lei 20.560 de 1974. A atividade florestal possui características particulares: a) Se trata de uma investimento a longo prazo – entre 8 e 30 anos;b) A madeira se processa localmente, e para seu aproveitamento integral requer diversidade industrial;c) É um cultivo com protocolos internacionais de melhores práticas em sustentabilidade gera produtos renováveis, reciclados, contribuindo positivamente a mitigar o fenômeno do câmbio climático segundo a FAO. A lei 25.080 regula a promoção desta atividade a partir do ano de 1999, logrando incrementar a massa florestada em aproximadamente 300.000 hectares, ainda com os valores econômicos dos anos 2001 e 2002. Assim mesmo, gerou aproximadamente 50.000 novos postos de trabalho, e ingressos potenciais futuros com a primeira transformação industrial da madeira ao redor de 15 mil milhões de dólares. A promoção significou ganhos para o Estado. De acordo com analise preliminar realizado dos fundos destinados a promoção até 2007, o Estado recupera a venda de toras 7 vezes o importe que aportou e na venda da primeira transformação industrial dessa madeira, 41 vezes. Isto implica uma taxa interna de retorno para o fisco de 10% anual para o primeiro caso e de 19% anual (em dólares) com os produtos industrializados na primeira transformação (não inclui móveis, carpintaria, papéis, etc.). Espera-se que antes do final desse mês a Câmara de Deputados da Nação sancione a prorrogação da lei 25.080 por outros dez anos. Informe preparado com dados da Direção de Forestacion (SAGPyA) e da Asociacion Forestal Argentina por técnicos de ambas instituições.

domingo, 24 de agosto de 2008

Opinião do Professor Sebastião Valverde

O mundo se curva à silvicultura brasileira por ser a melhor, mais competitiva e sustentável de todas as nações. Apesar do Brasil ser caçulinha frente aos países players no mercado internacional de produtos florestais, o País atua com personalidade e firmeza, conquistando posições cada vez melhores no ranking dos exportadores. A globalizaçãotem sido útil para mostrar ao mundo e aos brasileiros o quão forte são nossas indústrias florestais. Estudos demonstram que o Brasil, no mercado internacional de celulose, é isolado o país que tem o maior efeito competitividade das exportações, ao contrário dos players que tem apresentado comportamento negativo neste quesito. Isto explica por que as grandes indústrias nórdicas e norte-americanas têm migrado para cá e, ou, têm sondado as condições para aqui investir. Toda esta nossa superioridade se deve às tão comentadas condições naturais de fatores edafoclimáticas), a nossa competência gerencial e ao avanço tecnológico da silvicultura que, em menos de 40 anos de ciência florestal, foi capaz de conferir ao Brasil condições de crescimento florestal cerca de até 10 vezes superiores que nos países tradicionais. A oportunidade é esta. O país receberá muitos investimentos em indústrias e plantações florestais. Somos imbatíveis nesta área. Nossos mais próximos concorrentes, mesmo tendo idêntcas condições naturais de fatores, não têm expressão em termos de espaço territorial. Pena que estas oportunidades não vieram antes de uma crise que há 30 anos assolou o Brasil, criando um contingente de desempregados, quando muito sub-empregados, vivendo em condições de miséria, num país com os piores indicadores de qualidade de vida. O que é inaceitável para uma nação continental chamada Brasil, uma das mais ricas em recursos naturais do mundo. Por isso temos que agarrá-las com afinco, não podemos dar ao luxo de desperdiçá-las, nem de postergá-las. É nosso dever tirar esta população desta indigência, e o setor florestal tem, de folga, todas as condições para tal. Não obstante à distância dos concorrentes externos, infelizmente contra a nossa indústria florestal se coloca alguns brasileiros. Na prática, o que se tem visto é o esforço muito grande de algumas pessoas e instituições, com os mais diversos interesses, entre esses, alguns escusos, de tentar impedir este avanço da silvicultura, fundamentand-se em preconceitos, paradigmas ultrapassados e abstrações contra as plantações comerciais de árvores. Não bastassem os fatores que nos impedem de transformar vantagens competitivas em competitividade, principalmente o conhecido Custo Brasil (carga tributária injusta, infra-estrutura deteriorada e uma burocracia excessiva), a cada momento criam-se situações adversas ao desenvolvimento. O problema é que estas aversões à silvicultura atingiram parte dos órgãos públicos responsáveis pela política ambiental. Em nome do meio ambiente, fundamentado numa legislação florestal anacrônica e sob a soberba do Princípio da Precaução, muitos projetos florestais têm sofrido com o zelo excessivo de alguns processos de licenciamento ambiental, como também paralisados, via influência de ONGs ecoditatoriais, por decisões técnicas que se põem acima da lei e dos princípios da legalidade, moralidade e da impessoalidade. É lógico que reconhecemos as falhas cometidas pelo modelo silvicultural, sob latifúndio e onocultura, que foi implantado no Brasil na década de 60 e 70, e que não somos contrários ao processo de licenciamento ambiental. Na situação em que a qualidade ambiental se encontra, ninguém em sã consciência ousaria criticá-lo. Nos opomos aos excessos cometidos neste. Exigem da silvicultura mais que das demais culturas que destruíram os biomas Atlântico e Cerrado, e que agora estão destruindo a Amazônia. Se considerarmos que a silvicultura não se estabelece onde a agropecuária é forte e só se expande para as áreas antropizadas, degradadas e deprimidas pela agricultura e pecuária tradicional que, em termos de balanço social, econômico e ambiental, acarretaram em grandes prejuízos para a sociedade. Seja pelo desemprego no campo, pela baixa produtividade e rentabilidade das culturas e pela destruição das matas ciliares e nascentes é, no mínimo, descabido, desproporcional e injusto o preciosismo imposto no processo de licenciamento para com as plantações florestais. Indaga-se do por quê se exigir na imlantação de uma atividade florestal mais que a própria lei. Não há nada que justifique, nestas regiões já antropizadas e decadentes, pedir licença para fazer cumprir a função social de uma propriedade, que venha resgatar a dignidade do produtor, gerar empregos, impostos, divisas, rendas e recuperar as áreas de preservação permanente e reserva legal, que há muito tempo a agropecuária destruiu. Basta à silvicultura cumprir a lei florestal, como no caso de São Paulo. Estas exigências exacerbadas só servem para repelir investimentos na área florestal. Temos que ser pró-ativos. Os órgãos ditos de gestão ambiental têm que aprender a fazer jus ao nome Gestão. Tem que antecipar às empresas e direcioná-las aos investimentos, por meio de um zoneamento sério, capaz de considerar além das questões sociais e ambientais, as econômicas. Não avançaremos em nada se inviabilizarmos os investimentos, não há a menor dúvida que a degradação social e ambiental no Brasil é fruto do empobrecimento e das desigualdades ividas nestes 500 anos de história brasileira. Estes órgãos precisam se desvencilhar de uma política de comando e controle, fiscalizatória e arrecadatória, e fazer, ainda que tarde, uma política de extensão ambiental e, também, por que não ser mais ousado, social. Estamos esperando o quê para iniciar esta empreitada? É hora de se evoluir. A silvicultura brasileira passa por profundas transformações. Estamos evoluindo de um modelo concentrador para um descentralizado, onde os produtores, startado pelo programa de fomento florestal, estão desfrutando dos benefícios gerados pelo mesmo. O apego às questões místicas contra as plantações florestais é, no mínimo, medieval. Não há nada de errado com as plantações de árvores, o errado está no manejo dos antigos reflorestamentos, mas já superado. É visível o progresso tecnológico na silvicultura brasileira quanto aos princípios da sustentabilidade. Ela é hoje a mais sustentável do mundo. Quiçá com relação às grandes plantações de cana-de-açúcar, soja, patagens, etc. Estamos anos luz a frente da agricultura com relação a sustentabilidade social e ambiental. O Estado precisa ser mais incisivo, acreditar com veemência que somos o mais competitivo em termos de produção de madeira, e aproveitar disso para fazer o papel indutor dos investimentos florestais. O mundo florestal quer se hospedar no Brasil, mas temos dever de casa para resolver. Não podemos perder este timing, pois num país em que milhões ainda se encontram abaixo da linha de miséria, uma agricultura falida que depende de técnicas pré-históricas e predatórias e que muitos produtores e trabalhadores rurais mendigam para sobreviver, não se pode dar ao luxo de esperar. A hora é esta, ou o desenvolvimento florestal sustentável ou o preciosismo ambiental míope, quando não muito cego que só interessa aos nossos concorrentes. Aos brasileiros, não passa de uma injustiça, uma covardia. Lutarei sempre a favor da primeira.

CURSO de ArcGIS 9.1 – ArcView

Será realizado em três oportunidades, de 22 a 24 de setembro, 06 a 08 de novembro e
08 a 10 de dezembro
Instrutora: Profa Dra Christel Lingnau
INSCRIÇÕES: Para formalizar a inscrição, entre em contato com a FUPEF:
E-mail: fupef@ufpr.br Telefones: (41) 3360-4222 ou 4221

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MST Começa a Ser Penalizado

O MST sempre alega não ter existência jurídica. Agora duas decisões recentes de juizes, parecem estar mudando o rumo desta situação. Um Juiz Federal em Marabá-PA e uma Juíza Estadual em Martinópolis-SP condenaram o MST e entidades a ele vinculada ao pagamento de multas por descumprimento de decisão judicial. Mas a principal novidade foi a determinação ao Banco Central para efetivar o bloqueio online dos valores encontrados nas contas das entidades. Agora parece que as coisas podem mudar nesta bagunça que se transformou a invasão de terras e protestos com fins políticos.

sábado, 9 de agosto de 2008

Opinião de Nelson Barboza Leite sobre Silvicultura e Conama

Em nossa abordagem a respeito dos gargalos que se impõem ao crescimento da silvicultura, falamos do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama e tivemos inúmeras manifestações de surpresas e de desconhecimento dessa relação- Silvicultura/Conama.
Voltar ao assunto, portanto, é quase que uma imposição daqueles que nos dão a satisfação de acompanhar nossos comentários, neste espaço do Painel Florestal. O Conama foi criado em 1981 pela Lei 6938 que dispõe sobre a política nacional de meio ambiente.É composto por mais de 100 conselheiros, representando instituições dos governos federal, estaduais e municipais; entidades empresariais; ONGs ambientalistas; instituições de ensino e de pesquisas; representantes de populações tradicionais; comunidades indígenas; trabalhadores rurais.Embora se perceba a predominância de forte paixão ambientalista, a formação do Conama procura contemplar de forma abrangente os diversos segmentos da sociedade. A representatividade do setor produtivo, no entanto, não chega a 1 0%. Logo, nas questões em que prevalece o calor da emoção ambientalista, o setor empresarial toma de goleada! Há de se reconhecer, também, a dedicação e o comprometimento da maioria das Ongs que atuam no Conama. São atuantes e atentas a tudo que se discute. Estão sempre à disposição para participar disso ou daquilo.Do lado do setor empresarial, as responsabilidades quase sempre se restringem às suas áreas de interesse. Uma desvantagem flagrante se nota por ocasião de questões polêmicas. De um lado, o setor produtivo em minoria e, de outro, o bloco da maioria esmagadora de representantes quase sempre contrários a tudo que seja da produção.É difícil não se caracterizar uma disputa entre a produção e o ambientalismo, que já se tornou socioambientalismo. Por inúmeras razões, entre as quais destacamos a dedicação exclusiva a esse tipo de trabalho, os representantes de Ongs ambientalistas e de movimentos sociais são incomparavelmente mais atuantes. Mas, enfim, trata-se de um dos poucos Conselhos, em nível federal, que mantém, há anos, funcionamento regular, graças à dedicação de seus componentes. Suas posições têm sido respeitadas e legalmente asseguradas.Tivemos, como presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS, a satisfação de participar durante dois anos como conselheiro do Conama.Aliás, a participação do setor florestal no Conama foi conquistada em 1999, após vários anos em que a SBS demonstrou a importância do setor se fazer representar. Durante a nossa atuação pudemos observar o jogo político que envolve o encaminhamento dos trabalhos, a necessidade de intensa dedicação e a incansável disposição para ouvir, assistir, dialogar, sugerir, negociar e construir as decisões, sempre submetidas às votações.Há profissionais brilhantes no Conama que cumprem essa tarefa com muita competência e maestria ao defender suas posições. É um exercício político exaustivo e permanente, onde a credibilidade das pessoas que participam desse jogo tem um valor incalculável!A experiência nos ensinou que a representação no Conama, qualquer que seja o setor, exige a colaboração permanente de uma equipe de profissionais altamente competentes, com apoio pleno de todos os seus representados. Empresas, Universidades, pesquisadores, profissionais, atividades produtivas, conservação, meio ambiente, pessoas, tudo e todos podem ser afetados pelas Resoluções do Conama.Acreditamos que, por maior que seja o esforço individual de um representante setorial, o resultado sempre deixará a desejar, se tal representação não tiver irrestrito apoio e colaboração de seus representados. Sem nenhuma dúvida, a eficácia dos resultados no Conama vai depender sempre do esforço de uma equipe bem preparada e presente em todos os eventos.Sem esse apoio, o trabalho de qualquer representante setorial, por mais disposição e boa vontade que tenha, vai se limitar a passar de uma reunião para outra sem tempo para discutir, receber sugestões ou consultar seus representados. E não há como mudar essa correria em função da enorme quantidade de reuniões e diversidade de assuntos!E nesse corre-corre, a chance de se aprovar Resoluções sem as devidas informações, e, com reflexos às vezes prejudiciais a esse ou àquele setor é muito grande! Há inúmeros setores que já perceberam a importância estratégica dessa missão e os seus representantes são acompanhados por equipes de trabalho que se colocam à disposição sempre que necessário.Durante o período em que atuamos, em nenhum momento faltou a colaboração de um grupo, porém restrito de profissionais competentes e leais amigos. Mas, isso estava longe de se poder dizer que era o indispensável apoio da silvicultura brasileira! Essa atenção para toda a complexidade que o tema exige é estratégica para o setor, e nunca é demais fortalecê-la, antes que tenhamos alguma Resolução limitando ou restringindo nossas atividades.Atualmente, encontram se em discussão no Conama:conceitos e uso de Topo de Morros, a questão de Licenciamentos, os Zoneamentos Estaduais, as regras para uso da Reserva Legal, os Planos de Manejo Florestal Sustentável, a utilização de espécies exóticas consideradas invasoras, dentre outros assuntos. Esses assuntos, após discutidos vão se tornar lei!Há de se lembrar também que qualquer conselheiro do Conama pode submeter à apreciação da Plenária alguma sugestão para discussão e, com a devida habilidade de encaminhamento, em um prazo muito curto, transformar tal sugestão em Resolução com força de Lei. Isso é de arrepiar! Não seria exagero afirmar que um processo tão simples pode ter início e fim em menos de 90 dias! Na Câmara Legislativa, um Deputado, representando centenas de milhares de votos, poderia levar anos para aprovar algum projeto de lei de interesse da sociedade. Portanto, como falamos anteriormente, o Conama pode quase tudo, mas um conselheiro do Conama pode tudo. Inclusive, ser massacrado sem tempo de pedir socorro!O setor florestal precisa se dar conta da necessidade de um programa de trabalho junto ao Conama, visando mais aproximação, participação, divulgação e apoio irrestrito aos nossos representantes. Se isso, ao contrário do que ocorria em nosso tempo de representação já existe, fortalecê-lo, nunca é demais! Senão, é bom que acordemos antes que sejamos surpreendidos por alguma encrenca restritiva, que poderá se arrastar por tempo indeterminado e a custos incalculáveis para a nossa silvicultura.

sábado, 2 de agosto de 2008

Regulamentada Lei de Crimes Ambientais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina, nesta terça-feira (22), às 15 horas, na Floresta Nacional de Brasília, a regulamentação da Lei de Crimes Ambientais. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o decreto dará efetividade à Lei, uma vez que agiliza sua aplicação e reduz as possibilidades de recursos por parte dos infratores.Na mesma oportunidade o Presidente instituirá o Programa Nacional de Segurança Ambiental e criará o Corpo de Guarda-Parques e a Guarda Nacional Ambiental.Os atos presidenciais serão assinados durante a solenidade de inauguração do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres da Floresta Nacional de Brasília), localizado no entroncamento das rodovias BR-070 e DF-001 (primeira entrada à direita na Via Estrutural após a entrada de Taguatinga Norte).Centros de Triagem de Animais Silvestres? - Os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) são unidades estruturadas, dotadas de sala de triagem para o recebimento de animais apreendidos, quarentena para acomodação e recuperação e viveiros de reabilitação. Além de oferecer local e condições adequadas para a recuperação e a destinação desses animais, os Cetas possibilitam o desenvolvimento de pesquisas e o aperfeiçoamento técnico por meio de parcerias com as universidades.Os fiscais do Ibama apreendem, em média, 45.000 animais silvestres por ano em todo território brasileiro. As aves representam a maior parte dos animais traficados. Em segundo lugar vêm os répteis, seguidos pelos mamíferos.A média de apreensões na região Centro-Oeste é de 2.500 animais ao ano. A partir de agora eles serão encaminhados ao Cetas da Floresta Nacional de Brasília, construída com recursos de compensação ambiental. (Fonte: Gerusa Barbosa/ MMA)

Uso de madeira certificada pelo setor público

O senador Gérson Camata (PMDB-ES) apresentou projeto com o objetivo de disciplinar a utilização de madeira em obras e serviços contratados pelo setor público. Se for aprovado o projeto 247/08, será obrigatória a comprovação de origem da madeira utilizada em obras e serviços financiados com recursos públicos. A proposição altera a Lei 8.666/1993 (Lei das Licitações) e está tramitando nas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Em seguida irá para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde terá decisão terminativa.Estabelece o projeto que "sem prejuízo de outros requisitos previstos nesta Lei, toda madeira utilizada em obras e serviços financiados com recursos públicos deverá ser comprovadamente oriunda de plano de manejo florestal sustentável devidamente aprovado pelo órgão ambiental competente". O mesmo se aplicaria a objetos fabricados total ou parcialmente em madeira.Na justificação da matéria o senador afirma que faltam no Brasil normas que incentivem o consumo de bens e serviços elaborados segundo práticas ambientalmente sustentáveis. Segundo Gerson Camata, não se pode negar que o poder de compra do Estado poderia induzir comportamentos ecologicamente corretos."A maior parte da madeira certificada é exportada e o consumidor interno prefere comprar madeira mais barata, o que fomenta uma cadeia produtiva predatória", diz o senador. (Fonte: Agência Senado)

Exportação do Paraná para Oriente Mèdio

Exportação de compensados, madeiras serradas, portas, molduras, painéis aglomerados e em MDF para o Oriente Médio e Norte da África renderam 38,1 milhões de dólares para o estado em 2007. Vendas de madeira do Paraná aos árabes cresce 68%Um dos maiores produtores e exportadores brasileiros no segmento de base florestal, o Paraná está de olho no mercado árabe. Enquanto as vendas de compensados, madeiras serradas, portas, molduras, painéis aglomerados e em MDF do país para o Oriente Médio e Norte da África aumentaram 59,5% entre 2006 e 2007, os embarques paranaenses cresceram 68,6% no período. Há dois anos, o estado comercializou um total de 22,6 milhões de dólares na região (60% das exportações brasileiras totais do segmento); no ano passado, contabilizou um faturamento de 38,1 milhões de dólares (63,2% do total nacional).Na opinião de Antônio Rubens Camilotti, presidente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada), a alta qualidade do produto e o bom relacionamento com os árabes favorecem o aumento das exportações não só do Paraná, mas do Brasil, para a região. Em 2006, a venda desses itens no mercado árabe rendeu ao Brasil uma receita cambial de 37,8 milhões de dólares. No ano passado, o valor subiu para 60,3 milhões de dólares.Camilotti reconhece que, nos últimos anos, o Brasil perdeu mercado entre os árabes. Os produtores chineses, indianos e indonésios têm uma vantagem sobre os brasileiros: logística. Por estarem mais próximos, especialmente do Oriente Médio, suas mercadorias ficam mais baratas. E os construtores árabes, muitas vezes, contratam arquitetos europeus, que dão preferência para fabricantes de artigos em madeira que estejam mais próximos das áreas de consumo. Some-se a isso a perda cambial gerada pela desvalorização do dólar frente ao real, o que reduz a receita do exportador.O mercado consumidor árabe, contudo, está em expansão. O crescimento da economia regional e o aumento geral da renda provocado pela alta do preço do barril do petróleo estimulam o crescimento da demanda. “De maneira geral, com exceção dos EUA, os demais mercados continuam aquecidos. Na Arábia Saudita, por exemplo, o mercado de construção de prédios comerciais e de obras de infra-estrutura está puxando a demanda”, conta Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, da Brazilian Best Woods (BBW), empresa que representa indústrias madeireiras no exterior.Além disso, Camilotti crê que o fato de o Brasil ter uma considerável colônia árabe favorece o relacionamento comercial com o outro lado do Atlântico. Ele tem recebido muitas consultas de países da região, como o Líbano. E, se o Oriente Médio está mais distante, os países do Norte da África nem tanto, reduzindo o obstáculo oferecido pelas questões de logística. Em 2007 o Marrocos foi o maior consumidor, entre os árabes, de compensados, madeiras serradas, portas, molduras, painéis aglomerados e em MDF brasileiros: 21 milhões de dólares. A Arábia Saudita veio em segundo lugar, com 11,2 milhões de dólares, e os Emirados Árabes Unidos em terceiro, com 10,1 milhões de dólares.Quando se fala no setor de base florestal como um todo, os números do Paraná revelam a sua força no segmento: o Paraná exportou 1,49 bilhão de dólares em 2007, dos quais 1,03 bilhão de dólares só em madeira. O estado é o segundo maior exportador do País, ficando atrás, apenas, de São Paulo. Santa Catarina vem em terceiro lugar. O setor é bastante ramificado, abrangendo não só madeira e móveis, mas também papel e celulose, entre outros produtos.(www.global21.com.br)

domingo, 6 de julho de 2008

Instalada a Câmara Setorial da Silvicultura

Recém criada, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Silvicultura já está sendo considerado o mais importante fórum de discussão do setor de florestas plantadas brasileiro. A câmara foi oficialmente instalada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na manhã desta quarta-feira (18), em solenidadena sede da Embrapa, em Brasília-DF. Representando o ministro Reinhold Stephanes, o secretário-executivo Silas Brasileiro, ressaltou a importância dessa aproximação entre o setor e o ministério. “As demandas poderão ser analisadas em conjunto. Com certeza, esta dinâmica vai possibilitar mais desenvolvimento para o país”, afirmou.Há muito tempo o setor de florestas plantadas espera ser visto como atividade agrícola. “É um setor de produção, como soja, milho ou cana-de-açúcar”, lembrou o deputado federal Odacir Zonta, presidente da Frente Parlamentar de Silvicultura.Para o presidente da Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) Fernando Henrique da Fonseca, a criação da Câmara Setorial da Silvicultura é um marco.“A expansão da área de florestas plantadas no país passa, com certeza, pelo pequeno podutor rural. Para isso, o envolvimento do ministério da Agricultura é fundamental”, comentou Fonseca que assumiu a presidência da Câmara Setorial. Logo após o almoço, durante a primeira reunião de trabalho, o assessor especial do ministro Reinhold Stephanes, Aguinaldo José de Lima, explicou a estrutura e metodologia dos encontros. Foram sugeridos alguns temas para serem abordados nas próximas reuniõe como linhas de financiamento e programas de incentivo; levantamento das principais barreiras comerciais; rastreabilidade do carvão vegetal; criação de políticas públicas de ampliação da base florestal; entre outros. As pautas serão definidas em comum acordo entre todos os membros da Câmara. A próxima reunião deve acontecer em dois meses.

Curso Mercado de Carbono e Inventário de Emissões

Será ministrado em Curitiba, nos dias 24 e 25 de Julho, o Curso sobre Mercado de Carbono e Inventário de Emissão. Mais informações pode ser encontradas em www.ecoclima.org.br ou pelo email tatiane@ecoclima.org.br ou pelo fone (41) 3223-0088.

domingo, 15 de junho de 2008

Consumo de Madeira de Florestas Plantadas em SP dobrou em dez anos

Proprietários de terras em São Paulo, que reservaram uma parte da área para o plantio de eucalipto não se arrependeram. Como o eucalipto está pronto para corte em sete anos, enquanto a árvore crescia eles viram os preços dobrarem. De 2000 a 2007, de acordo com levantamento do Instituto de Economia Agrícola, Fundação Florestal e Florestar São Paulo, os preços de madeira de florestas plantadas (eucalipto e pinus) no Estado cresceram 117% para o fornecimento às indústrias de celulose e chapas, entre 2000 e 2007. O fornecimento às serrarias teve aumento bem menor no período, de 25% - já que avançaram mais anteriormente (60% em dez anos) e tem valor entre 2 a 3 vezes mais elevado do que o produto destinado ao processamento industrial. Segundo o pesquisador do IEA, Eduardo Pires Castanho Filho, o consumo de madeira de florestas plantadas no estado pelas indústrias do setor dobrou em dez anos, somando 24,84 milhões de estéreos em 2007. No mesmo período o consumo total (incluindo serraria e energia) passou de 26,52 milhões de estéreos para 44,25 milhões com alta de 67%. O estudo foi desenvolvido nos termos do nos termos do Protocolo de Cooperação Técnica assinado entre o Florestar São Paulo, Instituto de Economia Agrícola e Fundação Florestal e abrange o período de 1992 a 2007. Não é à toa que a produção de madeira para abastecer a indústria tem atraído cada vez mais produtores rurais no Estado de São Paulo e as indústrias de celulose e chapas vêm estimulando a atividade. "Por meio de programas de fomento florestal, os produtores recebem as mudas e têm garantia da compra da madeira, em condições previamente estabelecidas", afirma o diretor-executivo do Florestar São Paulo (Fundo de Desenvolvimento Florestal), Luiz Henrique Camara. Levantamento feito pela entidade mostra que a produção de madeira de terceiros já abastece entre 8% a 20% da necessidade de matéria-prima das indústrias de papel, celulose e painéis de madeira do Estado. E quase todas as empresas que atuam no Estado têm planos para expandir essa participação.

Autorizado Concurso Ibama e Icmbio - 400 Vagas

PORTARIA Nº 135, DE 4 DE JUNHO DE 2008Autoriza a realização de concurso público e o provimento de cargos deAnalista Ambiental dos Quadros de Pessoal do Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e doInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio.O MINISTRO DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso desuas atribuições e tendo em vista a delegação de competência previstano art. 2º do Decreto nº 4.175, de 27 de março de 2002, resolve:Art. 1º Fica autorizada a realização de concurso público e oprovimento de quatrocentos cargos de Analista Ambiental dos Quadros dePessoal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis - IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservaçãoda Biodiversidade - ICMBio, conforme discriminado no Anexo a estaPortaria.Parágrafo único. O provimento dos cargos deve obedecer às quantidadesdescritas no Anexo a esta Portaria, sendo que no exercício de 2009 oingresso deverá ocorrer a partir do mês de janeiro.Art. 2º A realização do concurso público e o conseqüente provimentodos cargos nas quantidades previstas no art. 1º estão condicionados:I - à existência de vagas na data de publicação do edital de aberturade inscrições para o concurso;II - à declaração do respectivo ordenador de despesa, quando doprovimento dos referidos cargos, sobre a adequação orçamentária efinanceira da nova despesa com a lei orçamentária anual e suacompatibilidade com a lei de diretrizes orçamentárias, demonstrando aorigem dos recursos a serem utilizados;Art. 3º A responsabilidade pela realização do concurso público para oscargos relacionados no art. 1º será do Presidente do IBAMA e doPresidente do ICMBio.Art. 4º As normas específicas relativas ao concurso público serãobaixadas pelas autoridades mencionadas no art. 3º, mediante apublicação de editais, portarias ou qualquer outro instrumento legal.Art. 5º O prazo para publicação de edital de abertura para realizaçãodo concurso público será de seis meses contado a partir da publicaçãodesta Portaria.Art. 6º O não cumprimento das disposições contidas nesta Portaria e naPortaria MP nº 450, de 6 de novembro de 2002, implicará o cancelamentodesta autorização, bem como a suspensão do certame em qualquer fase emque se encontre.Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.PAULO BERNARDO SILVAANEXOEntidadesQuantitativo2008 2009IBAMA 95 95ICMBio 105 105Total 200 200

Silvicultura vinculada a Pasta do Ministério da Agricultura

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Reinhold Stephanes assina, no próximo dia 18, a ata de instalação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Silvicultura. A solenidade acontece na sede da Embrapa, em Brasília (DF). A iniciativa é um marco para o setor de florestas plantadas no Brasil e confirma o interesse de Stephanes em vincular a silvicultura em sua pasta. "Eu vejo esse setor, como setor de produção. Gostaria, inclusive, de ver políticas florestais editada pelo ministério", ressaltou o ministro em entrevista exclusiva à Painel Florestal. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Florestas (ABRAF), Cesar Reis, este é o primeiro passo para o reconhecimento da silvicultura como atividade agrícola. "Estamos confiantes no papel que esse grupo poderá desempenhar discutindo políticas de florestas plantadas, tratando o setor como ele deve ser tratado", ressaltou Reis lembrando, inclusive, que essa é uma reivindicação antiga da Abraf. Nesse sentido tramita, na Câmara Federal, o Projeto de Lei nº 3.482, de autoria do deputado José Santana de Vasconcellos (PR-MG). Aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Rural, o Projeto de Lei está sendo analisado pela Comissão de Finanças e Tributações."A floresta plantada é como qualquer atividade em que você planta e colhe e, além disso, preserva as matas nativas", justifica o deputado federal. Para José Santana, sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura, o setor poderá contribuir ainda mais com o desenvolvimento do país.A Câmara Setorial será composta por representantes de entidades florestais de diversos estados, universidades, Embrapa, CNA, INMETRO e dos ministérios da Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Para a solenidade de instalação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Silvicultura estão sendo esperadas as presenças de deputados federais, senadores e de entidades e instituições convidadas como SEBRAE e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

terça-feira, 10 de junho de 2008

Os Rumos da Madeira Produzida no Paraná

Depois de ver despencar as exportações para os Estados Unidos nos últimos dois anos, a indústria da madeira no Paraná tenta diversificar destinos de exportação e investir também no mercado interno, disposta a aproveitar o bom momento vivido pela construção civil no Brasil. Maior produtor nacional de compensado de pinus, o estado amplia as vendas para mercados como Europa, Oriente Médio e África. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que congrega o setor, a Europa já assumiu o primeiro lugar no ranking dos maiores importadores do Brasil. No primeiro bimestre de 2008, dos 313 mil metros cúbicos de compensado de pinus exportados, a Europa respondeu por 246 mil metros cúbicos (78,6%) contra 28,9 mil (9,2%) dos EUA. África e Oriente Médio, juntos, compraram 13,1 mil metros cúbicos. “De maneira geral, com exceção dos EUA, os demais mercados continuam aquecidos. Na Arábia Saudita, por exemplo, o mercado de construção de prédios comerciais e de obras de infra-estrutura está puxando a demanda”, diz Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, da Brazilian Best Woods (BBW), empresa que representa indústrias madeireiras no exterior. O baixo ritmo de produção de casas nos EUA, considerado o menor dos últimos dez anos, e a desvalorização do dólar vêm afetando principalmente as vendas externas de compensado de pinus, portas e molduras usados na construção civil. O Brasil, que enviava 1,165 milhão de metros cúbicos de compensado de pinus para os norte-americanos em 2005, embarcou no ano passado 347 mil metros cúbicos. Além da redução da demanda, o dólar fraco deixa mais caros os produtos brasileiros no mercado norte-americano, o que contribuiu para diminuir a participação dos EUA na pauta de exportações. Uma das maiores indústrias do setor, a Berneck, de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, deixou de exportar madeira serrada para os EUA e hoje tem na Europa, no México, na África e na Ásia seus principais mercados. Um dos objetivos, segundo o gerente de exportações, José Aluízio Malagutti, é aumentar o fornecimento para o mercado interno, que hoje consome menos de 10% da produção, de 10 mil metros cúbicos por mês. “Com o boom da construção civil, o mercado nacional voltou a ser atrativo”, diz. A Lavrasul Compensados e Laminados, que fabrica compensado de pinus e tropical, tem planos de dedicar entre 35% e 40% da produção mensal para o mercado brasileiro, segundo Isac Zugman, diretor comercial da empresa. “Buscamos diversificar mercados e investir em produtos de maior valor agregado por causa do câmbio. Quando a crise veio, já não nos afetou tanto”, diz Zugman. Com fábricas no Paraná e em Santa Catarina, a empresa acaba de lançar um kit completo de portas de madeira, voltado para o mercado interno. O objetivo é produzir 20 mil unidades por mês. Nos últimos dois anos, grande parte do setor madeireiro nacional teve que reduzir a produção, enxugar custos e cortar vagas por conta da queda da demanda nos EUA e pelo câmbio desfavorável. “Sentimos os efeitos antes da crise chegar ao mercado financeiro”, diz Antonio Rubens Camilotti, presidente da Abimci. Dono de fábricas de compensados e de portas, Camilotti também está buscando contrabalançar a queda na demanda norte-americana com outros mercados. Da produção de 500 mil portas por ano, metade passou a ficar no Brasil. Na área de compensados, 90% da produção de 4 mil metros cúbicos por mês vai para a Europa. As empresas admitem que o potencial do mercado interno, no entanto, é limitado, uma vez que, ao contrário do que se verifica nos EUA, aqui a construção de casas de madeira não é tradicional. A principal aplicação está no mercado de embalagens. “O volume de compensado que pode ser absorvido pela demanda nacional não supera 20%, diz Camilotti.
Fonte: Abimci

segunda-feira, 9 de junho de 2008

CASSADA LIMINAR DA FIEP AUDITORIA COMPULSÓRIA

Os Desembargadores integrantes da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná deram provimento a Recurso de Apelação interposto pelo Instituto Ambiental doParaná, no Mandado de Segurança impetrado pela FIEP contra a legislação que criou asauditorias ambientais compulsórias. Como dito em notícias anteriores, a FIEP ingressou com a medida judicial parasuspender a entrega dos laudos da Auditoria Ambiental Compulsória, que as empresasdeveriam entregar ao IAP, por força da Lei 13.448/02, Decreto 2.076/03 e Portariasposteriores do IAP, sob o argumento de que tais laudos seriam uma forma de asempresas produzirem provas contra si mesmas, o que violaria a Constituição Federal. Naquele processo o Juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba deferiu a liminar,impedindo que o IAP efetuasse a cobrança das referidas auditorias nos procedimentosde renovação de licenças. Tal liminar foi confirmada, em sede de sentença. O IAP recorreu, e o Tribunal de Justiça, ao dar provimento ao recurso, entendeu que"a auditoria ambiental compulsória (...) se coadunam [sic] perfeitamente com osistema jurídico de proteção ao meio ambiente". De tal decisão, a FIEP opôs embargos de declaração, recurso com objetivo de exaurira matéria, para então interpor Recursos Especial (para o Superior Tribunal deJustiça) e Recurso Extraordinário (para o Supremo Tribunal Federal). Por enquanto, com a decisão do Tribunal de Justiça, passa a ser exigível a entrega,ao órgão ambiental, do relatório de auditoria ambiental compulsória, até que osTribunais Superiores examinem a matéria.

CURSO ATSG

MANEJO FLORESTAL, a Academia Tecnológica de Sistemas de Gestão (ATSG),
empresa especializada em conduzir treinamentos na área de sistemas de
gestão, promove em Curitiba o curso para Formação de Auditores Líderes de
Sistemas de Manejo Florestal - "Lead Assessor NBR 14789:2001 e NBR
15789:2004" com 40 horas-aula, no período de 14 a 18 de julho. Além
de material didático diferenciado, o treinamento da ATSG tem uma abordagem
essencialmente prática e participativa, em um ambiente propício à troca de
experiências e com instrutores altamente qualificados. Mais informações e
inscrições pelo telefone: (51) 3333.4440 ou pelo site: www.atsg.com.br

domingo, 8 de junho de 2008

ANÁLISE DA OFERTA DE MADEIRA PARA FINS INDUSTRIAIS

A Secretaria de Estado da Ciência Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná publicou um excelente material intitulado “Análise da oferta de madeira para fins industriais - APAGÃO FLORESTAL” .Este projeto foi executado pelos professores Anadalvo Juazeiro dos Santos (ajsantos@ufpr.br), Ricardo Berger (berger@bighost.com.br) e Romano Timofeiczyk Junior (romano@ufpr.br) da UFPR, com recursos do Fundo Paraná, como projeto estratégico. O seu relatório pode ser amplamente divulgado desde que com a devida citação bibliográfica dos professores e da utilização de recursos do Fundo Paraná para sua realização. O Corodenador geral da unidade gestoral é nosso colega Professor Nivaldo Eduardo Rizzi

sábado, 7 de junho de 2008

Bancada Ruralista Tenta Derrubar Regras contra Desmatamento

Com um projeto de decreto legislativo, de número 13, setores do agronegócio articulam derrubar, no Congresso, as principais medidas de combate ao desmatamento na Amazônia, como o corte de crédito rural e o embargo à produção em áreas devastadas.
"A minha expectativa é aprovar", disse a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). "Se querem fazer (o combate ao desmatamento), podem fazer, mas arrumem uma lei”. O alvo do projeto apresentado por Kátia Abreu é o decreto 6.321, assinado em dezembro pelo presidente Lula. O decreto estabeleceu as principais medidas de combate ao desmatamento na Amazônia, em resposta aos primeiros sinais da retomada do ritmo acelerado da devastação. O projeto tem apenas dois artigos. Se aprovado, sustará cinco artigos do decreto de Lula. Como se trata de uma iniciativa exclusiva do Congresso, não há possibilidade de veto do presidente. A conseqüência da medida seria a nulidade dos principais mecanismos de combate ao desmatamento. O bloqueio do crédito rural a produtores que tenham desmatado ilegalmente suas propriedades, regulamentado por resolução do Banco Central, seria só uma das vítimas da ação em curso. A regra, cuja entrada em vigor está prevista para 1º de julho, enfrenta forte pressão contrária do agronegócio, e teve origem no decreto de Lula. A proposta também acaba com a exigência de recadastramento dos imóveis rurais na Amazônia, mecanismo que tem por objetivo permitir a identificação dos responsáveis pelo desmatamento ilegal. Acaba também com a punição imposta a quem não fizer o recadastramento - cerca de 80% dos proprietários de terras até o momento: a inibição do cadastro rural. Caso venha a ser aprovado, o decreto também impediria o embargo de propriedades, assim como da produção feita em área desmatada ilegalmente. Somente neste ano, o Ibama embargou 331 propriedades, equivalente a 700 km2. O instituto já apreendeu 4,3 mil toneladas de grãos e programa a apreensão de gado. O principal argumento de Kátia é que o decreto de Lula "ofende a livre iniciativa" ao impor punições além de multas e aumento de impostos, sem recorrer a novas leis. A liderança do governo no Senado informou que a orientação do Planalto é derrubar a proposta dos ruralistas, mas não há maioria folgada. O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) caça votos.
Fonte: Folha Online